Escrever é libertador!

O ano é 2025 e, apesar de todos os avanços da comunicação digital e redes sociais (ou justamente por causa deles) eu ainda mantenho um blog. Um espaço com frequência irregular, temas aleatórios e uma audiência que, muitas vezes, se resume a mim mesma e umas poucas pessoas que acabam caindo aqui de paraquedas. Mas eu mantenho o blog porque escrever, pra mim, é uma necessidade visceral. Eu preciso escrever.

E sempre foi assim.

Lá no comecinho dos anos 2000, quando a internet começava a ganhar espaço nas casas e corações das pessoas, os blogs surgiram como os primeiros territórios livres para pessoas comuns fincarem sua bandeira no mundo digital. Eu, que sempre fui curiosa, criei o meu primeiro blog porque tinha uma amiga que entendia de templates, layouts e HTML — habilidades que, para mim, pareciam bruxaria na época (ainda parecem, pra falar a verdade). Éramos adolescentes desbravando a tal rede mundial de computadores.

Emily the Strange — minha musa inspiradora e header do meu 1º blog

No começo, meus textos eram extensões das páginas dos meus diários: eu escrevia sobre o colégio, as coisas que lia, assistia ou gostava, mas também escrevia sobre as primeiras decepções amorosas, os desencantos da adolescência e, claro, sobre como era estranho crescer. Quando releio esses textos antigos, sinto arrepios de vergonha, mas também sinto que reencontro uma versão minha que ainda mora aqui dentro. Se por um lado as páginas dos meus diários eram só para mim (e que pesadelo imaginá-los caindo nas mãos de algum coleguinha de turma do ensino fundamental), os textos do blog eram pra encontrar outras pessoas passando pelas mesmas coisas que eu.

Mais de vinte anos se passaram desde que lancei minhas primeiras palavras nesse universo digital, e eu sigo escrevendo. A escrita é parte de mim e da minha forma de estar no mundo. Eu escrevo para desabafar, organizar meus pensamentos, compartilhar coisas boas ou só pra reclamar. Mas também escrevo para encontrar outras pessoas por aí, como eu fazia na adolescência.

Em tempos de inteligência artificial, em que é possível produzir textos em segundos, manter um blog com o meu tom de voz e do meu jeito orgânico, é quase um ato de rebeldia. É escolher a lentidão num mundo que corre e dar o dedo do meio para o algoritmo, que exige performance, constância, validação e aplausos.

Escrever, hoje, é resistir. E resistir, no fundo, é continuar sendo quem eu sempre fui.

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